quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

DOM DUARTE, O REI QUE "IRRITOU" MARCELLO CAETANO




A família real esteve exilada desde 1834 e só foi autorizada a regressar a Portugal em 1950.
Duarte, da parte do pai, e Pio, da parte do padrinho, o Papa Pio XII. Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, nasceu no estrangeiro, mas em território português: "Pela lei da monarquia só pode ser Rei de Portugal alguém que nasceu em Portugal e que seja português. Para assegurar essa hipótese, os meus pais conseguiram que a minha mãe ficasse instalada na Embaixada portuguesa, em Berna, e foi lá que nasci". A Família Real esteve exilada desde 1834 "após a vitória do exército liberal que invadiu Portugal e que derrotou o exército português e exilou o Rei Dom Miguel". Mais tarde, em 1910, "foi o exílio de Dom Manuel II". Apesar da Família Real ter demonstrado, por várias vezes, vontade de regressar a Portugal, só teve autorização para o fazer em 1950: "A Assembleia Nacional tinha bastantes deputados monárquicos. O governo não queria retirar o exílio, mas o grupo de deputados monárquicos lançou a proposta e acabou por ganhar".
O regresso só aconteceu três anos depois porque, apesar do governo ter aceite, ia dizendo "não venham já". Dom Duarte tinha oito anos quando chegou a Portugal e recorda com "grande emoção" os "três ou quatro dias de viagem de carro": "Tenho outra experiência menos agradável! Quando chegámos a Gaia, fomos comidos pelos mosquitos nas primeiras noites e a minha mãe foi buscar o véu do vestido de noiva e transformou-o num mosquiteiro para cobrir as nossas camas."
Ficaram "muitos anos" instalados na Quinta da Boavista, em Vila Nova de Gaia, propriedade da Condessa da Covilhã, porque não tinham onde ficar: "Quando o Rei Dom Manuel II morreu, o Estado expropriou as nossas propriedades de família e transformou-as numa Fundação". Mais tarde, "por instruções do governo, a Fundação passou a pagar uma quantia" à Família Real "e arranjou uma casa perto de Coimbra": "Era um antigo convento que foi restaurado e que o meu pai achava muito pouco prático porque gastava-se muito em aquecimento. E a minha mãe sofria muito com o frio porque era brasileira e não estava habituada."


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