sábado, 7 de dezembro de 2013

Rainha

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
ionline 2013-12-07




Não obstante a antidemocrática cláusula constitucional que não permite outro regime que não seja o republicano, Portugal tem uma Rainha: Nossa Senhora, de quem amanhã se festeja a Imaculada Conceição.
Em poucos países está, como nesta abençoada terra de Santa Maria, tão arraigada esta devoção. Com efeito, embora a correspondente definição dogmática seja relativamente tardia, uma vez que só ocorreu em 1854, em Portugal sempre se acreditou que Maria foi concebida sem pecado original, por um especial privilégio devido à sua futura maternidade divina e por antecipada aplicação dos méritos de Cristo. Na Universidade de Coimbra, em tempos idos, ninguém podia obter um grau académico sem se comprometer a defender a Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
Foi em circunstâncias particularmente difíceis da história nacional que, à Mãe de Deus, foi dado o título de Rainha de Portugal: precisamente quando, recuperada a independência a 1 de Dezembro de 1640, o país teve que defender-se, com armas na mão, das pretensões castelhanas à nossa terra, finalmente liberta da dominação filipina.
Em tempos igualmente conturbados, como foram a primeira República e, mais recentemente, o PREC, muitos portugueses recorreram, com êxito, a esta nossa Rainha. Nesta prolongada crise nacional – moral, demográfica, política e económica – importa não esquecer esta celestial protectora. Se mais se rezasse a Nossa Senhora, decerto que mais depressa e melhor Portugal ultrapassaria a actual situação. Como quando, em 1385, 1640 e 1975, sob o pendão da nossa Rainha, se garantiu a nossa soberania e liberdade.
Para quem duvida da eficácia destes meios espirituais, vale a pena recordar que, há escassos meses, uma aparentemente inevitável ocupação militar da Síria foi talvez impedida, graças à oração e ao jejum que, para este efeito, o Papa Francisco convocou os cristãos e os homens de boa vontade de todo o mundo.

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